Thoth | Hermes Trismegisto | Mercúrio

Thoth | Hermes Trismegisto | Mercúrio

QUEM ERA THOT? (Trecho do livro: A Astrologia Egípsia - François Suzzani)

ERA UMA VEZ. . .
A lenda de Thot poderia começar por esta fórmula mágica, consagrada aos contos de fadas, mas o mito egípcio contém mais do que lendas. E o teatro ordenado, simbólico, bem entendido, do homem que, no curso da sua evolução e da procura da sua personalidade profunda, é presa de lutas interiores e exteriores incessantes e se entrega a todos os tipos de relações constantes e estruturas permanentes. O grande teatro do homem é o Cosmos.
Ora bem, era uma vez a deusa do céu, Nut, que, curvada em forma de abóbada como a do céu, desposou secretamente Geb, o deus da Terra, sem que o deus-Sol, Ré, lhe tivesse dado consentimento. Nut dominava as estrelas e os planetas e representava, graças à sua curva semicircular que o Sol percorria todos os dias, o Cosmos com os seus três níveis: o Céu, a Terra e as Trevas por baixo da Terra. Ciente de todos os seus poderes cósmicos, ela acreditava poder desafiar o próprio Sol.
Para melhor compreensão deste mito egípcio, é preciso saber que 5000 anos a. C. e até 3000 anos a. C., o Divino que presidia à religião era constituído por «poderes» mais do que por deuses individuais. Mas, com o aparecimento da escrita, Deus tomou formas e nomes e passou a exprimir uma idéia coerente. Os Egípcios identificavam o faraó com o Divino que, pensavam, encarnava nele. A relação Deus-homem invadiu os espíritos e, com o Império Antigo (2780-2250 a. C.) surgiram os grandes sistemas teológicos. A sua divulgação efetuou-se por intermédio das Casas da Existência, espécie de estabelecimentos de ensino de vocação científica, onde se efetuavam cópias de textos religiosos que eram distribuídas pelas «bibliotecas» dos templos.
As regiões, as cidades, as vilas, tinham o seu deus. Era vulgar ver o nome de um velho deus ser substituído por um novo nome que o suplantava. A dualidade dos deuses caía bem no espírito dos Egípcios e como eles tinham conservado o hábito de adorar certos animais vivos, tais como o crocodilo Sebek, por exemplo, o dualismo estendia-se igualmente a eles e assim celebravam Rê-Sebek e tantas outras dualidades deus-animal.
Esta dualidade dos deuses resultava numa profusão de símbolos uns mais ricos que outros. Voltando à nossa história, o deus Rê tomou conhecimento da união de Nut, a deusa do Céu, com Geb, o deus da Terra, o que era contra a sua vontade. Como é que ele soube? Foi Shu, o ar luminoso, que transportou a notícia? Ou Tefnut, a umidade, que invadiu as suas idéias? Fosse quem fosse, o certo é que o deus encolerizou-se terrivelmente. Uraeus, a cobra fêmea de pescoço largo, que personificava o olho ardente de Rê, começou a cintilar, o que simbolizava o fluido vital, o sopro da vida e tomava o aspecto devastador da cólera de Ré. Para castigar Nut, Rê lançou sobre ela um feitiço que a impediria de conceber filhos ao longo dos anos que se seguissem. Nessa época, o ano egípcio compreendia doze meses de trinta dias. Não podendo ter filhos, Nut caiu num desgosto imenso que a minou. A deusa do Céu estava votada à esterilidade permanente. E então que intervém Thot. O deus Thot (ou ainda Thoth) era o patrono dos sábios e dos letrados. Era o grande escriba divino encarregado de registrar a palavra de Ptah, o deus original e criador, ele mesmo criado pela palavra, deus político de Mênfis, unido em dualidade ao deus local da Terra, Ta-Tenen, assim como a Sokaris. O deus Thot estava igualmente encarregado de anotar o veredicto de Anúbis, o deus com cabeça de chacal, logo que este pesava as almas dos monos na psicostasia. Thot era ao mesmo tempo artista, amigo das flores, dos jardins e das festas, mágico sem par, possuindo o poder de ler os mais misteriosos hieróglifos e de prever o destino dos homens.
A dualidade animal de Thot também o revelava aos Egípcios sob a forma de grande macaco cinocéfalo branco, que governava as horas e o calendário, que era o mestre do tempo e que, sob a forma de íbis, a ave sagrada dos Egípcios, era objeto de veneração absoluta porque destruía os répteis e porque a sua chegada ao pais anunciava a cheia do Nilo, veneração tal que a morte dum íbis, voluntária ou não, implicava a irremediável condenação à morte do culpado.
A combinação de duas divindades lunares, Thot-cinocéfalo e Thot-íbis, que se tornaram Hermes para os gregos e Mercúrio para os romanos, deu ao deus Thor a presidência das ciências e atribuiu-lhe a produção de obras que constituíam a enciclopédia religiosa e científica do antigo Egito.
Nut relatou todo o seu imenso desgosto a Thot, seu amigo, que já a amava em segredo há muito tempo.
Thot, o mágico dos números, imaginou um estratagema subtil para contentar Nut, a deusa do Céu. Dirigiu-se à Lua e propôs-lhe uma partida de «jogo de dedos» («mourre»*). Os dois contendores colocam se frente a frente com um punho fechado levantado. Depois, ao mesmo tempo, abrem a mão deixando um número desejado de dedos levantados, dizendo em simultâneo um algarismo de 1 a 10. O
vencedor foi a Lua que enunciou um número igual ao total dos dedos levantados pelos dois jogadores. A partida tinha cinco jogadas. Thot ganhou três, a Lua só duas. Como prêmio, ele pediu-lhe a septuagésima segunda parte da sua luz prateada. Jogo era jogo e ela acedeu de bom grado sem compreender as razões de tal pedido. Thot dispunha desta intensa claridade para criar cinco dias
completos, que ele se apressou a juntar aos 360 já então existentes no ano. Foi deste modo que o ano passou, desde então, a ter 365 dias repartidos por onze meses de trinta dias e um mês de trinta e cinco. Os cinco dias ganhos à Lua chamaram-se epagomenos, que o leitor já deve ter reconhecido.
Nut aproveitou estes cinco dias suplementares para anular o efeito do encanto lançado pelos deus-Sol. Sem que Rê soubesse — como poderia desconfiar da engenhosa solução imaginada por Thot? — a
deusa do Céu concebeu clandestinamente cinco vezes, uma criança por cada dia acrescentado ao calendário em uso. Assim, ela deu à luz cinco deuses: Osíris, Haroeris, Seth, Ísis e Neftis.
Mais tarde, Osíris, o filho primogênito de Nut, tomou-se rei do Egito na qualidade de herdeiro de Geb, o deus da Terra. Foi um grande rei, bom e sensível, que se interessou pelo bem-estar das populações selvagens e incultas do Egito. Desposou a sua irmã Isis.
* Hoje, um jogo popular italiano (N. do T.).
Osíris, deus do antigo Egito, foi o deus do bem que personificava, ao mesmo tempo, a vegetação, o Nilo e o Sol-poente. O boi Ápis era uma das suas encarnações. Como rei do vale do Nilo, ele ensinou os Egípcios, com a ajuda da esposa e irmã Isis. a semear, a cultivar e a colher. Realizou a unificação
das diversas populações que formigavam ao longo do rio. Ensinou-lhes a trabalhar o ouro, a forjar o bronze e a fabricar armas e utensílios. 
Thot era ministro de Osíris e senhor da sabedoria, das leis e dos textos sagrados. Durante o seu reinado, Thot foi também o mestre do cálculo e do tempo e o mensageiro dos deuses. Thot comunicava ao povo os seus conhecimentos e lia o destino a cada um dos habitantes. Examinava os hieróglifos mais secretos e, como a língua egípcia exprimia ideias, não por conceitos mas por imagens e símbolos, ele lia e interpretava as mensagens mais obscuras e misteriosas.
Seth era o oposto em tudo ao seu irmão Osíris. Foi mesmo a encarnação do mal sobre a Terra. Foi o deus das Trevas. Odiava Osíris pelo amor que todos lhe tinham e resolveu matá-lo. Recrutou setenta e
dois cúmplices (o número 72 era o símbolo da totalidade do possível ou do real) e imaginou um odioso estratagema para alcançar os seus fins.
Seth arranjou um encontro com Osíris, com o pretexto de lhe oferecer um gato, imagem da deusa Bastet, benfeitora e protetora do rei. Aproveitando-se dos elevados sentimentos do seu irmão, que não
desconfiava de ninguém, Seth entreteve-se a tirar as medidas do corpo de Osíris com uma meticulosa precisão. Algum tempo depois, o invejoso Seth mandou construir um cofre em madeira preciosa com as medidas exatas de Osíris. O cofre foi transformado em móvel ricamente decorado e suntuosamente incrustado de esmeraldas e de jaspe. Levava ainda esculpido na tampa o disco solar alado que simbolizava o Sol em movimento e, por conseguinte, o nascimento, a sublimação e o renascimento. Aplicados nos quatro cantos do cofre, em alto relevo, os oito discos azuis, dispostos em duas colunas de quatro discos sobrepostos, em fundo azul, simbolizavam o infinito do céu e a profundidade do espaço cósmico. Seth, prosseguindo o seu diabólico projeto, deu uma grande festa em honra do Rei. A meio do repasto, mandou trazer o cofre e todos os convivas manifestaram a sua admiração. Osíris, tal como os convidados, admirava o precioso móvel em todos os seus pormenores, sem reparar que as esmeraldas e o jaspe que o ornamentavam tão magnificentemente correspondiam ao ferro do planeta Marte, que simbolizava o fogo dos desejos, a violência e a raiva. O metal ferro simbolizava
energias cósmicas brutais, solidificadas e condensadas. Era um dos elementos planetários do mundo subterrâneo.
As suas pesquisas duraram longo tempo mas da acabou por encontrar o corpo de Osíris, que leva secretamente para o Egito. Escondeu o cofre na margem do Nedit e permanece perto dele. Mas Seth descobriu o esconderijo e, para afastar Isis do corpo do seu marido, enviou-lhe um emissário encarregado de a conduzir a um outro local onde lhe seria revelado o processo para fazer ressuscitar o seu esposo e irmão. Isis, confiadamente, dirigiu-se ao local indicado situado nos pântanos. A serpente Apofis revelou-lhe que podia reconduzir a vida ao corpo de Osíris, chamando sem cessar pelo seu nome, pois o nome pessoal era uma dimensão essencial do homem e continha um poder criador. Se pronunciasse em voz alta o nome de Osíris, fá-loia reviver.
Muito feliz, Isis voltou ao sítio onde havia escondido o corpo de Osíris. Porém, Seth tinha aproveitado a sua ausência para levar o cofre com o corpo e, para evitar que a revelação mágica da serpente tivesse qualquer efeito, esquartejou o morto em catorze bocados que meteu no cofre e voltou a lançá-lo ao mar.
A infeliz esposa esteve tentada a desistir, mas Thot deu-lhe nova coragem, garantindo-lhe que ela apenas tinha que reencontrar os catorze bocados e que, depois de reconstituir o corpo do seu irmão, a
revelação de Apofis retomaria toda a sua eficácia. Ísis voltou a partir, desta vez à procura dos bocados de Osíris. 
Depressa encontrou o cofre que se havia transformado em árvore e a própria madeira em coluna. Encontrou só um bocado do corpo do marido na coluna, porque as outras treze partes haviam-se dispersado no Nilo quando do lançamento do cofre à água. Pouco a pouco Ísis conseguiu reunir todos os bocados com exceção dos órgãos sexuais que um oxirrinco, peixe do Nilo cúmplice do infernal Seth, havia devorado. A cada macabra descoberta Ísis levantava um santuário osiriano no próprio local. Os templos a Osíris estavam espalhados um pouco por todo o Egito.
Um belo dia, a desesperada divagação de Ísis terminou. Tinha, enfim, conseguido reunir os treze bocados do corpo de Osíris, o bom rei defunto do rio Nilo. Ajudada pela sua irmã Neftis, reconstituiu o corpo do seu marido. O falo que faltava havia sido recriado, simbolicamente, pela transformação do cofre em árvore e depois em coluna. Ora, era sobre o falo que assentava a vida, como o universo sobre uma coluna. Confiante na revelação feita pela serpente Apofis, ambas as irmãs lançaram lamentos e gritos chamando Osíris pelo seu nome, a fim de que ele voltasse à Terra. Os lancinantes chamamentos chegaram aos ouvidos do deus Rê que enviou Thot e Anúbis junto do corpo de Osíris.
Thot-cinocéfalo e Anúbis-cabeça-de-chacal, mumificaram os treze bocados do corpo de Osíris tomando-o assim imortal. Thot, por amizade a Isis, ressuscitou-o, pelo que se tomou, a partir desse dia, o deus dos mortos e da imortalidade da alma. A árvore e a coluna, assentes no leito do Nilo, deram ao rio, daí em diante, a força fecundante do sexo de Osíris e este último tomou-se igualmente o deus da vegetação. Mas Seth não desistiu. Procurou Hórus, o filho póstumo que Ísis havia concebido de seu esposo Osíris. Ísis havia-lhe arranjado um esconderijo entre os papiros do pântano de Quemnis, onde ela se dirigia com freqüência a fim de lhe insuflar o espírito de vingança que ela acalentava irresistivelmente no seu coração; e assim, educava Hórus com o fim de o tomar o instrumento dessa vingança.
Hórus tomou-se grande e forte e não pensava senão em destruir Seth, o malfeitor. Um belo dia, saiu do seu esconderijo e foi enfrentá-lo, provocante e seguro de si. Este primeiro combate de morte foi o começo de uma longa e terrível sucessão de lutas cruéis e ferozes, donde tio e sobrinho não tiraram qualquer vantagem. No decurso de uma batalha selvagem entre os dois homens, Seth conseguiu arrancar um olho a Hórus, que desfez em seis bocados e espalhou pelo Egito. Seis era o algarismo simbólico da perfeição virtual mas que podia sempre falhar e esta eventualidade dava ao algarismo seis o símbolo de prova entre o bem e o mal.
Durante essa mesma luta feroz e bárbara, Hórus, por seu lado, castrou Seth retirando-lhe a sua semente de vida e o seu valor fecundante. O deus Ré, perante tantas atrocidades, resolveu acabar com o combate intervindo decididamente a favor de Hórus. Mas nem isso foi suficiente para que Seth se desse por vencido. Certo dia, Hórus, certo de ter Rê pelo seu lado, conseguiu acorrentar Seth e entregou-o a Ísis, sua mãe. Enquanto isso, Thot, o deus dos sábios e da magia, reuniu as seis partes do olho de Hórus tomando-o um olho são e inteiro que restituiu a Hórus. Mas este olho reconstruído por Thot tinha a marca mágica do grande cinocéfalo branco. Parecia um olho de ser humano e de falcão porque, além de comportar as duas partes da córnea, a íris e o sobrolho do homem, tinha sob a parte esquerda da córnea as duas marcas coloridas típicas do olho do falcão, quer dizer, uma marca colorida oblíqua e uma marca colorida vertical.
Este olho assim concebido chamou-se o «oudjat» e Thot tinha muito orgulho nele, pois sabia — os astros haviam-lhe confirmado — que o olho de Hórus tornar-se-ia para os Egípcios um amuleto que era portador duma porção de fluido mágico que ele possuía, assim como o símbolo da integridade do corpo, da saúde, da visão total e, portanto, o olho que tudo vê, da fertilidade pletórica universal.
Ora, aconteceu que Ísis na presença do seu mau irmão Seth, acorrentado e impotente, o perdoou. Por esse motivo, a partir desse dia, Hórus devia recomeçar sem cessar a sua luta simbólica contra o
indomável deus das Trevas. Simbolicamente, Hórus tornou-se o deus do Sol nascente na sua luta infindável com o deus das Trevas e da noite: Seth, que todas as tardes o fazia sucumbir e ser engolido pelo leão sentado na direção do Poente mas do qual ele triunfava todas as manhãs, brotando da terra entre as patas do escaravelho de ouro e saindo pela goela do leão, sentado na direção do Levante.
Entretanto, Hórus foi colocado no trono do Egito pelo deus Rê. Muito mais tarde, Hórus tomou-se o deus protetor do faraó no qual encarnava. O rei foi identificado com o deus Hórus ou Falcão e no dia
da sua coroação dizia-se: «Ergue-se no trono como o Sol no Céu.» E assim o Falcão encarnava Hórus, deus dos espaços aéreos, cujos olhos eram o Sol e a Lua.
Por tudo isso, Thot, o mestre do templo e o mágico dos números, a divindade lunar, tornou-se igualmente e ao mesmo tempo que cinocéfalo, que se ouvia gritar ao nascer do Sol, o deus que, no
horizonte do mundo, ajudava o astro-rei a nascer todas as manhãs graça, :às suas preces.
Assim, Thot, depois de ter sido o conselheiro de Osíris, seu. protetor que ajudou à sua ressurreição, tornou-se igualmente o protetor de Hórus e ajudava à sua ressurreição no Céu, simbolicamente tomado o deus do Sol nascente, que se representa algumas vezes com a cabeça ornamentada, não com a fronte do falcão, mas sim de um disco solar circundado por uma cobra que simbolizava a chama.
Thot-cinocéfalo e Thot-íbis, entregava-se à leitura dos planetas e das estrelas das quais se tornou o mensageiro e transmitia aos homens as suas mensagens de verdade sobre o Cosmos.
Graças a Thot, o simbolismo do ciclo solar tinha tomado forma.

O SACERDOTE TOTH, ÊMULO DO DEUS THOT-ÍBIS
O deus Thot-Íbis teve um êmulo notável no domínio da decifração da cosmogonia da época. Foi o sacerdote da quarta dinastia, chamado Toth, que deixou à posteridade papiros e inscrições hieroglíficas respeitantes aos seus métodos astrológicos especiais, destinados a revelar aos Egípcios os planetas benéficos ou maléficos que os regiam depois do seu nascimento.
Este sacerdote foi o primeiro a interpretar astrologicamente o símbolo do ciclo solar revelado pelo deus Íbis. O seu método astrológico baseia-se no percurso circular que o Sol descreve no céu, de Oriente a Ocidente, passando pelo Zênite, depois sob a terra na barca solar conduzida por Isis e Anúbis, no propósito iniciático de se regenerar e de renascer no novo dia que começa.
Com efeito, servia-se do signo zodiacal que precedia o do nascimento dum indivíduo para obter uma explicação mais profunda. Observou especialmente que. a qualidade fundamental de um signo se encontra sempre em carência no signo que se lhe segue. Estabeleceu assim um seguimento lógico dos doze signos do zodíaco que podemos traduzir, sob a forma de um círculo dividido em quatro partes, representando cada parte uma estação. Claro que cada quarto do círculo assim constituído será, por sua vez, subdividido em três partes iguais representando os três signos zodiacais contidos numa estação.
Mencionaremos as qualidades dum signo que figurarão no signo seguinte. Obteremos uma sinusóide.
A roda das carências Cada signo possui pontos fortes que, na teoria das carências de Toth, se tomam os pontos fracos do signo que se lhe segue. A roda das carências descreve-se da seguinte maneira:
O ponto forte do Áries situa-se na sua capacidade de agir, de combater, o que não é o caso do Touro que permanece passivo, rotineiro, calmo e que acumula os bens. O ponto forte do Touro reside na sua paciência, no seu espírito materialista, o que não é o caso dos Gêmeos que pecam pela impaciência e pela dispersão das suas forças. O ponto forte dos Gêmeos situa-se na atividade cerebral, sua adaptação ao mundo envolvente, o que não é o caso do Câncer que se protege a todo o custo dos outros e se fecha em si mesmo O ponto forte do Câncer reside na sua faculdade de imaginar, de sonhar, de sentir, o que não é o caso do Leão que se volta para os outros e se expõe ao mundo exterior.
O ponto forte do Leão reside na sua faculdade de organizar, de se colocar à frente, de guiar, o que não é o caso da Virgem que se apaga, se minimiza, se autocrítica. O ponto forte da Virgem reside no seu espírito de concentração, de análise, no sentido do essencial, na sua prudência, o que não é o caso da
Libra que peca pelo imprevisto e pela incapacidade de decisão. O ponto forte da Libra situa-se na sua necessidade de comunicação, no seu sentido da harmonia e da medida justa, o que não é o caso do Escorpião que toca os extremos com agressividade e que pratica a política do tudo ou nada.
O ponto forte do Escorpião é a sua agressividade controlada, a sua discrição, a sua originalidade, o que não é o caso do Sagitário que se exterioriza e toma iniciativas, que gosta do convencional.
O ponto forte do Sagitário situa-se no domínio da espiritualidade e da iniciativa, o que não é o caso do Capricórnio que peca pelo excesso de reserva e de interiorização.
O ponto forte do Capricórnio é do domínio do trabalho assíduo, do conhecimento profissional, da ambição escondida, da sisudez, do conformismo, o que não é o caso do Aquário que se abre a todos, falta-lhe o espírito prático e é essencialmente anticonformista nos seus atos e nos seus pensamentos.
O ponto forte do Aquário é o seu espírito de inovação, de fraternidade, o seu sentido de colaboração frutuosa, o que não é o caso dos Peixes que vivem no misticismo, na universalidade e na plasticidade mais completa.
O ponto forte de Peixes é o seu dom para receber, para sentir intuitivamente, a sua sugestibilidade, o seu desinteresse, a sua passividade em face do destino, o que não é o caso do Áries que vive o momento presente concretamente e com combatividade, sem ter problemas sentimentais ou estados de alma perturbadores... e a roda das carências continua a rodar...
***


“O homem nada sabe, mas é chamado a tudo conhecer”. (Thoth)

A história de Thoth começou há mais de 2.500 anos a.c, em uma civilização de mestres ascensionados chamados Naacals.

Essa civilização baseou-se na busca da sabedoria em relação aos mistérios do universo e na evolução como espécie humana.

Toth foi um dos mais importantes nomes entre os sábios e sacerdotes da escola de conhecimentos de Naacals e liderava os estudos filosóficos e científicos.

O povo egípcio o considerava um deus, pois canalizava algumas das mais importantes descobertas e questões sobre a vida e a história da humanidade. Também foi um dos maiores contribuidores para nossa evolução.


Hermes Trismegisto (Toth em latim) é autor de um conjunto de escritos conhecidos como Leis Herméticas – Caibalion, verdadeiro guia de conhecimentos sobre artes, ciência, religião e filosofia. Também é autor da famosa Tábua de Esmeralda.

Depois de sua morte, Toth foi representado por um homem com cabeça de íbis, com o bico bem pontudo, carregando a chave ankh e o bastão de anúbis, representando a inteligência e o discernimento, como um escriba dos deuses.

Nas Leis Herméticas, Toth pretendeu explicar toda a forma de funcionamento do universo.

1 - O Princípio do MENTALISMO: "O todo é Mente; o universo é mental."

A primeira e mais importante lei hermética fala basicamente sobre o poder da mente. O universo em que vivemos e tudo o que cremos ser realidade é de natureza mental: a natureza, nossas ações, nossos corpos e todo o resto. Nós somos o que pensamos. Se pensamos coisas boas, coisas boas virão; se pensamos coisas ruins, elas ficarão mais próximas de nós em uma estrutura de forma-pensamento. O universo é um campo de energia mental em dimensões particulares.

2 - O Princípio da CORRESPONDÊNCIA: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora."

Na segunda lei hermética, compreendemos que para tudo existe uma correspondência no universo, seja no microcosmo ou no macrocosmo. Usando a Bíblia como exemplo, este princípio está refletido na analogia de quando "Deus cria os homens à sua imagem e semelhança". Sendo assim, para compreendermos tudo aquilo que nos cerca, temos que olhar para a sua correspondência e seu padrão em outros lugares.

3 - O Princípio da VIBRAÇÃO: "Nada está parado, tudo se move, tudo vibra."

A terceira lei hermética é amplamente aceita pela ciência moderna e trata do movimento inerente ao universo. Tudo se move, pois tudo vibra. Tudo é composto de átomos em constante vibração. O movimento é o que leva a mudanças e as vibrações ocorrem em diferentes graus. Por meio das vibrações, podemos estar mais próximos do caos ou da harmonia, e isso pode ser controlado. Nas frequências mais altas estão aquilo que não é visto; nas frequências mais baixas estão as vibrações da matéria.

4 - O Princípio da POLARIDADE: "Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliáveis."

Na quarta lei hermética, entendemos que vivemos em um mundo polarizado. Tudo tem uma dualidade: o quente e o frio, o claro e o escuro, esquerda e direita, bem e mal... Quando associamos o princípio da polaridade com o da vibração, porém, compreendemos que as dualidades são duas faces da mesma moeda - em graus diferentes. O escuro não é nada além da luz ausente; a saúde é ausência de doença. A dualidade é, também, a unidade.

5 - O Princípio do RITMO: "Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação."

Na quinta lei hermética, entendemos que vivemos em uma dinâmica de ciclos. Tudo o que vai, volta, e vivemos em uma vibração eterna de atração e repulsão, de inspiração e expiração. Assim como podemos estar por cima, certamente voltaremos para baixo, e isso vale tanto para movimentos físicos como o dos astros, frequências mentais e padrões de relacionamento. Por meio da Neutralização, é possível conquistar maior estabilidade dos ritmos.

6 - O Princípio de CAUSA E EFEITO: "Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei."

Na sexta lei hermética, compreendemos que as coincidências nada mais são do que acontecimentos nos quais as causas ainda não foram esclarecidas. Toda ação tem uma reação e nada é por acaso. Ao dominar os princípios desta lei, é possível ser o agente causador e não apenas sentir os efeitos, de modo que possamos propagar o bem. Quando tal mecanismo é dominado, nos tornamos mestres de nós mesmos.

7 - O Princípio de GÊNERO: "O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação."

No último princípio hermético, entendemos que o gênero não está apenas naquilo que se reproduz fisicamente, mas também está em planos mentais, naturais e espirituais. Toda criação deriva de uma força masculina e feminina. Tudo o que existe pode ter gênero: seres humanos, planetas, árvores. Sabendo e internalizando este fato, podemos viver em maior plenitude.

Thot é o deus egípcio da sabedoria, conhecimento e da luz. Inventor dos hieroglifos, ou seja, da escrita egípcia e por isso é considerado o arquivista dos deuses, registrando toda a sabedoria e conhecimento dos mesmos.

A ele também é atribuído a revelação das disciplinas intelectuais tais como: a escrita, a aritmética, a astronomia, música, medicina, desenho, as ciências como um todo e a magia. Também possui a alcunha de “Mestre das Palavras Divinas”.

Por ser um deus lunar, também lhe é atribuído o dom da cura. Dentro de suas lendas também lhe atribuem a criação do Tarô, pois o mesmo é como o Livro da Vida, representa toda a experiência e jornada do ser humano em formas pictográficas e simbólicas.

Sua concepção é polêmica, alguns citam que ele é filho do deus Rá e outros de Set (ou Seth). Seu santuário principal era na cidade de Hermópolis, na região do Delta do Nilo. É o autor do Livro dos Mortos Egípcio. Por conhecer tudo que havia sobre os humanos fazia as vezes de advogado da humanidade quando a alma do morto seria pesada para determinar seu destino no pós-morte, muitas vezes ele é visto juntamente com Anúbis nas pinturas. Na balança onde era pesada a alma do morto, era colocada em um prato uma pena simbolizando a verdade e do outro lado o coração do morto. Era Thot que determinava se o morto era digno, então se seu coração pesasse mais que a pena da verdade ele era condenado.



A ele ainda é atribuído a invenção da contagem dos dias e a criação do calendário com 365 dias, muito semelhante ao que usamos ainda hoje. Thot é relacionado ao deus grego Hermes, e considerado o criador do Hermetismo.

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