Deus Anúbis | Anpu

Deus Anúbis | Anpu

Anúbis foi um deus egípcio representante dos mortos e da mumificação, mas que, gradualmente, perdeu esses atributos para outro deus egípcio, Osíris. De toda forma, ele permaneceu como protetor dos túmulos e cemitérios e guia dos mortos na vida após a morte, participando também do julgamento no Tribunal de Osíris.

Acredita-se que o culto a Anúbis tenha surgido em algum momento do período Pré-Dinástico (entre 6100 a.C. e 3500 a.C.), e as primeiras representações desse deus remontam a cerca de 3100 a.C. Por sua relação com a morte, era comum que os túmulos no Egito fossem decorados com desenhos de Anúbis. Na mitologia egípcia, ele era filho de Néftis e Osíris.


O culto a Anúbis é muito antigo, e há imagens do deus Anúbis em túmulos da I Dinastia (3200 – 2778 a.C). Também há referências a ele nos Textos das Pirâmides, os textos mais antigos da antiga religião egípcia.

Esses textos são compostos por inscrições funerárias gravadas há mais de 4 mil anos no interior das primeiras pirâmides do Antigo Egito. Anúbis e outros deuses são mencionados nessas inscrições com a finalidade de proteger e auxiliar o morto (no caso, o faraó) na sua transição rumo à vida eterna no Aaru (Paraíso).

Como várias outras divindades egípcias, Anúbis é um ser antropozoomórfico - isto é, metade ser humano, metade animal. Em algumas representações, ele aparece como um homem com cabeça de chacal. Mas há imagens que o mostram simplesmente como um animal, seja um chacal ou um cão preto.

A imagem do deus chacal ou deus cão provavelmente tem relação com o comportamento das matilhas que viviam nos desertos e iam aos cemitérios “roubar” as carniças das covas mais rasas. O deus canídeo (cão ou chacal) seria uma resposta a esses violadores de túmulos, protegendo os mortos contra todo tipo de mal e garantindo-lhes um sepultamento digno.

O nome Anúbis vem de anupu, que por sua vez deriva da palavra egípcia inepe, que significa "apodrecer" ou "putrificar". A cor preta do cachorro ou chacal que representa Anúbis tem a ver com a coloração que o corpo ganha durante a mumificação em virtude do uso de algumas substâncias.

História

Alguns mitos indicam que Anúbis era filho de Osíris com Néftis e foi deus do submundo. O posto foi assumido depois por Osíris, e Anúbis, em respeito ao pai, não voltou a retomá-lo.

Caberia a Anúbis a organização dos ritos funerários. O primeiro a ser submetido foi Osíris, cujo cadáver foi embalsamado para preservação, após ser assassinado por Set.


Nessa versão, Osíris juntou-se com sua irmã Néftis e com ela teve um filho: Anúbis. Enciumado pela quantidade de terras que Osíris governava no Egito, seu irmão Set resolve matá-lo.


No entanto, sua outra esposa-irmã, Ísis, o ressuscita e com a ajuda de Néftis e Anúbis embalsamam o corpo de Osíris. Após ser ressuscitado por Ísis, Osíris passa a viver no submundo. Ali, ele fica encarregado de pesar o coração dos mortos e decidir seu destino.

Anúbis, por sua vez, ficou encarregado de preparar o ritual de morte e embalsamar os corpos. Além disso, ele ficou responsável por guiar a alma dos mortos. Ele possuía alguns sacerdotes que o ajudavam a embalsamar os corpos. Nesses rituais, seus auxiliares utilizavam máscaras de chacais.

Depois de mumificado, o coração do morto era entregue a Anúbis, e da mesma forma que seu pai, ele pesava cada um.

Reza a lenda que, nesse processo ele usava a chamada "pena da verdade". Se o órgão fosse mais pesado que o objeto, ele era levado para ser devorado por Ammit, o deus leão. Isso porque esse coração mais pesado indicava estava cheio de maldade.

Se o coração fosse mais leve, certamente ele estava repleto de bondade. Por conseguinte, ele era guiado por Anúbis até o mundo do além, onde governava seu pai, Osíris.


Anúbis casou-se com a deusa do funerais, Anput e com ela teve uma filha Kebechet, associada ao líquido utilizado para embalsamar os corpos.


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